Função da correia dentada : Manter a perfeita sincronia de abertura e fechamento das válvulas de admissão/escape junto ao cilindro (existe uma área em comum entre as vávulas e o cilindro, porém nunca aoa mesmo tempo), proporcionando a explosão do combustível e o aproveitamento da energia gerada, fazendo o motor girar.
O principio da troca da correia dentada é PREVENTIVO. A peça ainda está em boas condições visuais porém, com base em informações estatísticas, o fabricante estabelece uma kilometragem máxima de confiabilidade da peça.
Apartir desta kilometragem a peça passa a não ser confiavel e tem maior chance de quebrar/falhar. (existem raríssimas situações onde ela quebra antes ou muito tempo depois, mas estão fora da curva estatistica e devem ser disconsideradas).
No caso da correia dentada temos a seguinte situação :
Na sua instalação a correia é tensionada (esticada) até que não seja possível escapar ou ficar batendo em outras partes do motor; e que não esteja tão esticada que acabe forçando os eixos em que estiver apoiada e/ou tracionada.
Em alguns desses eixos encontram-se montadas as polias esticadoras cuja função é proporcionar o ajuste fino da tensão da correia. Isso é feito pelo posicionamento das polias e por molas que fornecem flexibilidade para momentos de esforço do conjunto.
Após um certo tempo/kilometragem (2000 a 5000 km) esta correia se acomoda nestes eixos/engrenagens e passa a trabalhar de forma mais ajustada, principalmente pelo ajuste fino proporcionado pelas molas.
Quando chega próximo ao final da sua vida útil, ela está com os dentes desgastados, a malha interna fragilizada e a borracha ressecada.
Já as polias esticadoras estão com as molas cansadas e seus rolamentos milimetricamente desgastados.
Quando trocamos apenas a correia, temos que ajustar a tensão a partir das polias tensionadoras que poderão estar no limite do ajuste máximo e mesmo assim não conseguir manter a tensão nescessária e segura para a correia, deixando-a "solta" e propensa a bater em partes do motor vindo a se romper ou simplesmente escapar das engrenagens.
Outra possibilidade é a do rolamento dos esticadores, já desgastado e submetido as novas tensões de ajuste, acabarem se rompendo/prendendo causando a parada, escape ou rompimento da correia.
"Então poderia trocar um ou outro e esperar (rezar) que não ocorra nenhum problema...."
O caso é que para romper, o motor estará funcionando e provavelmente em alta rotação (2000-5000 RPM) fazendo com que se perca a exata sincronia das válvulas com o cilindro (mesmo que seja apenas um dente fora de posição) e isso normalmente causa :
1 As válvulas irão empenar e travar; em cabeçotes de alumínio poderão rachá-lo ou provocar o desalinhamento das guias;
2 Cilindro bate nas válvulas, se quebra e trava;
3 Um cilindro travado poderá empenar bielas, quebrar estas bielas direcionando para a parede do bloco do motor e,com o motor ainda virando, abrir um ou mais buracos no mesmo;
4 Poderá, no travamento do cilindro, causar o empenamento ou a quebra do girabrequim.
O conserto de um motor de aluminio e 16 válvulas como os que equipam os Cherys não fica por menos de R$ 5.000,00.
Só para constar, as css se recusam a trocar apenas a correia pois, se acaso acontecer algum problema, ela será responsável pelo conserto.
Caso se encontre algum mechanico que faça tal coisa, nenhum seguro; seja da Chery, seja de seguradoras; irá cobrir este prejuízo.
Custo (médio) das polias esticadoras R$ 380,00.
A pergunta que fica é :
Por causa deste valor, vale o alto risco de se perder o motor ?
Última edição por r_picagli em Ter Out 07, 2014 1:12 pm, editado 1 vez(es)