A Chery precisa urgentemente, em minha opinião, trabalhar melhor (para não dizer que precisa começar a trabalhar...) seu pós-venda. Limitar por baixo dos panos a garantia, como vem fazendo, com certeza é um tiro no pé. Diminuí-la oficialmente seria pior ainda. O que precisa é fazer funcionar direito seu pós-venda para poder honrar a garantia que promete.
Precisamos nos lembrar de outro fator. À excessão da própria China, todas as demais operações da Chery no mundo são associadas a empresas locais (como era aqui no Brasil até o início do ano). Essas empresas locais, geralmente, conhecem melhor as características dos seus mercados e procuram adequar suas operações a essas particularidades. Todas elas, sem excessão, não produzem os carros, apenas importam e vendem veículos prontos ou, no máximo, montam os kits que recebem em regime CKD (desmontados da China). A única referência conhecida por este pessoal da China que passou a administrar a Chery aqui no Brasil é, portanto, o próprio mercado chinês, completamente diferente do nosso. O que deve estar assustando esse pessoal são os custos do pós-venda, certamente muito maiores em relação aos que estão acostumados na China. Dá para ter uma idéia do custo das peças lá observando os baixos valores cobrados em sites como o Freewai (para a fábrica devem ser ainda menores), além da mão de obra em uma concessionária de lá ser (com certeza) menor do que aqui.
Se fosse fácil e barato administrar um pós-venda, os grandes fabricantes ofereceriam garantias maiores no Brasil (dos maiores, só a Renault consegue). Mas, para os pequenos, a situação é bem mais fácil. Está aí a JAC para provar.
Este é o desafio para a Chery alcançar o sucesso no mercado brasileiro, em minha opinião.